Duas novas variedades de mandioca de mesa (aipim) serão lançadas
pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Show
Rural Coopavel, que acontece de 2 a 6 de
fevereiro em Cascavel (PR). A BRS 396 e a BRS
399 foram desenvolvidas pelo Programa de
Melhoramento Genético de Mandioca da Embrapa
Cerrados (Planaltina, DF) e têm como principais
características elevado potencial produtivo,
precocidade, polpa de raízes de coloração
amarela, reduzido tempo para cozimento, além de
resistência à bacteriose e ao superalongamento.
Uma coleção de híbridos desse programa de melhoramento foi
introduzida em 2010 nos estados do Paraná e Mato
Grosso do Sul pela Embrapa Mandioca e
Fruticultura (Cruz das Almas, BA) — que tem um
campo avançado no Centro-Sul —, por meio de
trabalho conjunto com a Embrapa Agropecuária
Oeste (Dourados, MS) e a Embrapa Produtos e
Mercado (Escritório de Negócios de Dourados).
Após o processo de avaliação, que contou com a
participação de diversas instituições parceiras,
esses clones foram selecionados. Nas três safras
em que foram avaliadas, a BRS 396 e a BRS 399
apresentaram produtividade de raízes superiores
à cultivar padrão IAC 576-70 — aumento em média
de 40% e 73%, respectivamente. Por terem a polpa
amarela, as duas obtêm vantagem em relação à
cultivar padrão, cuja polpa da raiz é creme,
pois a coloração amarela tem a preferência do
mercado de mandioca de mesa da região. Além
disso, a coloração amarela está relacionada à
presença de maior quantidade de betacaroteno
(precursor da vitamina A).
Multiplicação de mudas de mandioca – projeto
Reniva
Quem visitar a Coopavel também vai receber informações sobre o
projeto Reniva (“Rede de multiplicação e
transferência de manivas-semente de mandioca com
qualidade genética e fitossanitária”), que tem
por objetivo constituir uma rede de
multiplicação e distribuição de manivas-semente
de mandioca com qualidade genética e
fitossanitária tanto para pequenos agricultores
familiares quanto para os grandes agricultores
das principais regiões produtoras de mandioca em
todo o país.
Trata-se de uma estratégia para promover efetivo ganho de qualidade
e produtividade no sistema de produção da
mandioca, ao promover maior sustentabilidade e
competitividade para esta cultura e
disponibilizar manivas (mudas) em quantidade
suficiente e nos períodos de maiores demandas,
em função das melhores épocas de plantio. A
ideia nasceu a partir do trabalho da equipe de
transferência de tecnologia da Embrapa Mandioca
e Fruticultura em uma iniciativa que visa
preencher a importante lacuna relacionada à
falta de material propagativo de mandioca para o
sustento dessa atividade geradora de alimento e
renda da agricultura familiar brasileira.
Variedades de banana
Certa de que o controle genético é o método mais
eficiente e econômico para o convívio com
doenças de plantas, a Embrapa desenvolve um
programa de melhoramento genético de bananeiras
resistentes às principais doenças da cultura. O
público vai conhecer as vantagens de duas
variedades geradas pela Embrapa Mandioca e
Fruticultura.
A BRS Princesa apresenta a maioria das suas
características, tanto de desenvolvimento quanto
de produtividade, semelhantes e/ou superiores à
cultivar Maçã, de preferência nacional, mas em
escassez no mercado devido a sua suscetibilidade
ao mal-do-Panamá. A grande vantagem da BRS
Princesa é, justamente, ser tolerante a essa
doença, além de apresentar resistência à
Sigatoka-amarela.
A outra variedade é a BRS Platina, resistente à Sigatoka-amarela e
ao mal-do-Panamá, e que apresenta porte médio e
características tanto de desenvolvimento quanto
de rendimento idênticas às da Prata-Anã. Em
grande parte do mercado brasileiro, a Prata-Anã
reina absoluta, contudo sua produção está
ameaçada em função da elevada incidência do
mal-do-Panamá. A BRS Platina foi desenvolvida
para fazer frente a essa limitação
fitossanitária.
Controle biológico do mandarová da mandioca
A Embrapa também vai expor a tecnologia que utiliza o Baculovirus
Erinnyis para o controle biológico do mandarová
da mandioca, inseto de ocorrência esporádica e
elevada capacidade de consumo foliar, que pode
causar completo desfolhamento e redução na
produção, principalmente quando o ataque ocorre
em plantas jovens, nos primeiros cinco meses
após o plantio. O Baculovirus é um vírus de
ocorrência natural, específico, que ataca
somente lagartas do mandarová causando infecção
generalizada nas larvas, levando-as à morte. O
controle do mandarová utilizando esse vírus
representa uma alternativa viável, econômica e
segura, que pode causar mortalidade de até 100%
das lagartas.