
Conhecido como Netinho, o agricultor Manoel Marcos Cardoso tem
sido um grande exemplo para as comunidades rurais
que trabalham com agricultura em Claro dos Poções,
Norte de Minas. Com o apoio da Emater-MG, ele
implantou um projeto na sua propriedade utilizando a
irrigação localizada e microaspersão. Com isso,
reduziu em mais de 80% o consumo de água e energia
elétrica.
Netinho mora na comunidade rural do Brejão e, em fevereiro deste
ano, começou a adotar práticas racionais de cultivo
e métodos de irrigação com menor impacto ambiental.
Ele conta que antes trabalhava com o modelo de
irrigação convencional e pagava mensalmente em torno
de R$1.150,00 a R$1.400,00 de energia elétrica. Com
a implantação do novo método esses valores estão
variando entre R$120,00 e R$190,00. No uso da água,
também houve uma redução expressiva. Antes, ele
gastava 38 horas para irrigar dois hectares.
Atualmente, gasta em média 8 horas para irrigar a
mesma área.
O técnico da Emater-MG, Manoel Cardoso, é o autor do projeto e
acompanhou este trabalho desde o início. Segundo
ele, a água utilizada para irrigar vem do rio São
Lamberto com a autorização legal do Instituto
Mineiro de Gestão das Águas (Igam). "A principal
proposta do projeto seria a utilização racional dos
recursos naturais e econômicos, com o objetivo de
aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de
vida do agricultor familiar. Com isso, conseguimos
diminuir os impactos ambientais, ou seja, produzir
alimentos saudáveis, evitar o desperdício de água,
reduzir os custos com energia elétrica e utilizar
métodos naturais de controle de pragas e doenças”,
afirma.
Para implantar o projeto, Netinho teve que fazer um investimento
na propriedade, adequando ao novo sistema de
irrigação e às culturas envolvidas. "Estou muito
satisfeito com os resultados que consegui, pois tive
um retorno rápido e expressivo. Hoje me tornei
exemplo para os meus colegas em Claro dos Poções e
outros municípios vizinhos, que já vieram conhecer o
projeto", comenta o agricultor.
Atualmente o agricultor cultiva quiabo, maxixe, coentro, alface
americana, lisa e crespa, cebolinha, milho doce,
dentre outras. O maracujá ocupa um hectare e é a
cultura que desperta maior expectativa de
rendimento. Está no sexto mês de implantação,
iniciando a fase de florescimento. Os produtos são
vendidos no município de Claro dos Poções.
As mudanças no trabalho do agricultor foram expressivas não só na
economia de água e energia elétrica, mas também na
forma de combater as pragas. O controle é feito
utilizando extratos naturais de plantas. Satisfeito
com a dimensão que o seu negócio tomou, Netinho
agradece pela assistência da Emater. "É muito
importante o acompanhamento que tenho. Isso foi
imprescindível para o sucesso desse projeto",
finaliza o agricultor.

Estagiária de
jornalismo/Montes Claros: Andreza Lima
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