
Assaltos, furtos, sequestros, tiroteios já fazem
parte do cotidiano da população da zona rural há
algum tempo, e isso tem provocado uma mudança nos
hábitos e costumes dos moradores do interior de
Santa Catarina. Agora, os itens de segurança que são
comuns na área urbana, passaram a fazer parte do
cenário das propriedades rurais. Alarmes, câmeras,
cercas elétricas, entre outros itens, agora dividem
o espaço com equipamentos agrícolas em sítios,
chácaras e fazendas.
Preocupados com a violência na área rural,
representantes da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e do
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC)
participaram, nesta semana, de reunião no Centro
Administrativo do Governo do Estado.
A FAESC e o SENAR propuseram uma parceria com o
Governo do Estado de Santa Catarina, visando a
elaboração de uma cartilha de segurança voltada para
áreas e atividades rurais, baseada em estatísticas,
em entrevistas com detentos e nas observações
realizadas nas propriedades rurais. Defenderam,
também, um programa de monitoramento preventivo por
câmeras, como as que hoje estão presentes no meio
urbano, para diminuir as ocorrências ilícitas no
campo, além de reivindicar uma presença mais
ostensiva do policiamento no meio rural.
O presidente do sistema FAESC/SENAR José Zeferino
Pedrozo observa que, embora apenas 16% da
população de Santa Catarina resida em áreas rurais,
o agronegócio continua sendo o maior gerador de
dividendos para o Estado. Ele ressalta, no entanto,
que o policiamento, em razão da densidade
demográfica, privilegia as áreas urbanas em
detrimento das rurais.
O dirigente ressalta as medidas de segurança que
podem advir dos próprios produtores rurais e
aumentar o nível de segurança no campo, tais como
evitar o plantio de vegetações que impeçam a visão
da área externa, a utilização de cães de guarda,
anotar a placas de carros estranhos que não possuem
o costume de passar pelo local, conhecer bem os
funcionários da propriedade, dificultar o acesso à
propriedade colocando cadeados nas porteiras, entre
outras medidas que podem ser eficientes no combate à
bandidagem. Importante ressaltar a necessidade de
fazer o registro de Boletim de Ocorrência sempre que
houver furtos nas propriedades rurais. "Foi-se a
época em que no campo podia-se confiar em todos, em
que se dormia de portas e janelas abertas", diz o
dirigente.
Pedrozo
defende que a Polícia Militar Ambiental receba a
missão adicional de reprimir a criminalidade e
investigar bandidos e organizações criminosas que
agem no campo. “A PM Ambiental é a força policial de
maior presença no campo, onde famílias rurais estão
sendo atacadas de dia e de noite por bandidos que
agem em dupla ou em bando, roubam valores
financeiros, máquinas, gado, insumos agrícolas e
equipamentos”, justifica.
"Nós, produtores, nos sentimos inseguros e
vulneráveis às ações de verdadeiras quadrilhas que
atuam no meio rural, uma vez que as propriedades, na
maioria das vezes, são afastadas da cidade. Além do
prejuízo material, ainda fica o trauma, pois muitos
relatos dão conta de que os assaltantes agem com
violência e usam armamento pesado. De nossa parte,
estamos sempre em contato com o governo e
acreditamos que, atuando de forma coletiva,
juntamente com a inteligência da nossa eficiente
polícia, vamos desmanchar essas organizações
criminosas que atuam na zona rural de nosso Estado".
ENCONTRO
Participaram da reunião o secretário da Casa Civil
Nelson Serpa, o secretário de Segurança Pública
Cesar Augusto Grubba, o secretário da Agricultura
Moacir Sopelsa, o delegado geral da Polícia Civil
Artur Nitz, o coronel da Polícia Militar Paulo
Henrique Hemm, os diretores da FAESC Enori Barbieri
(vice-presidente), Clemerson José Argenton Pedrozo
(assessor jurídico), Márcio Cícero Neves Pamplona
(vice-presidente regional e presidente do Sindicato
Rural de Lages), Fernando Sérgio Rosar (presidente
do Sindicato dos Produtores Rurais de Campos Novos),
Donato Favarin (presidente do Sindicato Rural de
Turvo), Gilmar Antônio Zanluchi (superintendente do
SENAR e representante da Associação de Produtores de
Água Doce).
